Adam Smith - Riqueza das Nações
Ao longo da história da humanidade ocorreram mutações no sistema de trocas e de organização dos meios de produção que fizeram com que surgissem dúvidas e questões sobre como é gerada a renda, porque o capital sempre tende a se acumular, e porque o mundo é tão desigual. Para entender este processo antes de ler O Capital, é necessário entender a critica de Adam Smith e David Ricardo.
Adam Smith - Riqueza das Nações
Cap. 1 - Da divisão do trabalho
Devido a divisão do trabalho foi possível um aumento da capacidade produtiva. Como exemplo, o autor cita no livro a fabricação de alfinetes. Caso não fosse a divisão do trabalho, menos alfinetes seriam produzidos. A divisão do trabalho é fundamental para o aumento da capacidade produtiva e a geração de excedentes.
Este efeito da divisão do trabalho é semelhante e ocorre nas mais diferentes produções e meljora a qualidade dos produtos produzidos.
O grande aumento das produções em consequência da divisão do trabalho deve-se a três circunstancias: 1) Aumento da destreza de cada um dos trabalhadores; 2) A possibilidade de poupar tempo; 3) A invenção de novas máquinas e equipamentos que facilitam e reduzem o trabalho tornando capaz um homem de realizar uma tarefa em que antes necessitava de vários operários para a execução de uma mesma tarefa.
1) O acréscimo da destreza do trabalhador possibilita que ele aumente a sua capacidade de trabalho, e a divisão do trabalho, ao reduzir a atividade de cada homem a uma simples tarefa faz aumentar a destreza do trabalhador.
Isso faz com que os operários se especializem em determinadas execuções de tarefas.
2) Economia de tempo. A divisão de tarefas permite que se diminua a perda de tempo necessário para a execução de tarefas diferentes por um único e exclusivo operário.
A divisão possibilita uma perda de tempo menor na execução das diferentes etapas produtivas.
3) A utilização de maquinário para a execução de um trabalho. É óbvio que quando se possuí uma ferramenta para a execução de um trabalho, a tarefa fica muito mais fácil.
Algumas máquinas ao serem modificadas melhoraram o seu desempenho devido a ideias e experiencias tanto de operários que mexiam nas máquinas, como de filósofos e homens de pensamento
Devido a esses fatores foi possibilitado um aumento nas produções e a mudanças generalizadas que se estendem às diversas camadas de renda e grupos sociais da população.
Cap. 2 - Do principio que dá origem à divisão do trabalho
A divisão do trabalho humano, teve como origem a necessidade de trocar uma coisa por outra, algo que apenas os seres humanos realizam diferente dos demais seres vivos. As trocas, no entanto, não ocorrem apenas por necessidades, o egoísmo e a busca por mais do que necessitamos trouxe a divisão do trabalho.
Alguma pessoas se especializam em determinadas tarefas em que apresentam maior prontidão e destreza e trocam as suas criações ou serviços por outras que outros indivíduos realizam. Isso possibilita que cada pessoa se especialize em uma determinada atividade e aperfeiçoe o cultivo ou prática de seu talento.
Os talentos e características de cada pessoa não surgem da natureza, quando diferentes crianças nascem, não surgem com suas características e habilidades pré-estabelecidas. No entanto, conforme crescem, ganham maturidade e passam por experiencias são criadas vocações que fazem com que as pessoas se especializem em determinadas atividades. No final, essas diferenças se tornam úteis.
Desta forma é possibilitado que ocorram trocas entre os indivíduos e a realização de suas diferentes necessidades.
Cap. 3 A divisão do trabalho limitada pela dimensão do mercado
A extensividade da capacidade de troca é limitada pela divisão do trabalho. Algumas atividades não podem ser exercidas senão nas cidades e centros urbanos.
Meios de transporte, como o citado no livro de via aquática abre o mercado por aumentar a capacidade de transporte de caras através de um custo mais barato. Por este motivo, o transporte aquático possibilitou os primeiros progressos nas costas de zonas marítimas ou costeiras navegáveis.
Regiões do interior possuem um crescimento mais limitado. Por exemplo, nas colônias da América, as plantações sempre foram nas linhas da costa ou a margem dos rios.
Outro exemplo citado no livro foram os progressos obtidos pelo Egito nas proximidades do rio Nilo e demais canais de água. Isso facilitou a interconexão entre as grandes cidades, aldeias e propriedades rurais. Esses fatores favoreceram o rápido e precoce desenvolvimento do Egito.
E outras regiões que apresentam canais e rios navegáveis foram possibilitados de forma semelhante a navegação e o desenvolvimento do comércio.
Nações do interior dos continentes, diferente tiveram maiores dificuldades para expandir o seu comércio.
Cap 4- Da origem e utilidade da Moeda.
Após a divisão do trabalho ter se estabelecido apenas uma pequena parte da sociedade se manteve suprida pelo seu próprio suor e força de trabalho. A maioria teve de passar a realizar trocas para viver e suprir as suas necessidades. Conforme as trocas se intensificaram, as sociedades se transformaram em sociedades mercantis.
As trocas não ocorreram de forma simples, com a divisão do trabalho ao longo da história, surgiram dificuldades e conflitos, dai ocorrera o surgimento da moeda como sistema de troca. Vários objetos chegaram a ser utilizados como meio de troca (moeda), conchas, bacalhau seco, tabaco, açúcar, peles, e até pregos. Contudo, os metais acabaram se tornando os materiais preferidos por serem duráveis, divisíveis diferente de qualquer material até então utilizado. Ainda assim, surgiram dificuldades como o problema de pesagem dos metais, daí o surgimento das moedas cunhadas e dos serviços públicos como "casas de moeda" destinadas a certificara por meio de uma marca oficia a qualidade, quantidade e peso da moeda.
A palavra VALOR tem dois significados diferentes: 1) a utilidade de um determinado objeto (Valor de uso); 2) O poder de compra de outros objetos que a posse deste representa. Objetos que tem valor de uso, em geral tem pouco valor de troca. E os que tem valor de troca alto, tem pouco ou nenhum valor de uso. Por exemplo, a água tem enorme valor de uso, mas não vale quase nada enquanto que um diamante, algo que não tem nenhum valor de uso, tem alto valor de troca.
Cap. 5 - Do preço real e nominal dos bens ou do seu preço em trabalho e do seu preço em dinheiro.
Cada homem é considerado rico ou pobre conforme a possibilidade que este possui de fazer o usufruto de suas necessidades e confortos.
O trabalho constitui a verdadeira medida de valor de troca de todos os bens. O homem que deseja adquirir algo necessita d esforço, fadiga (trabalho) para obter.
A riqueza segundo Hobbes é poder, mas ao herdar uma fortuna, ou adquirir, isto não garante a pessoa poderem políticos, civil ou militar. A fortuna pode facilitar o acesso e possibilitar o usufruto, mas a posse da fortuna não confere estes elementos. O que a riqueza confere é o poder de compra: um certo domínio sobre o trabalho, ou sobre os produtos do trabalho se encontram no mercado.
A fortuna é medida na razão, na quantia de trabalho em que a fortuna permite comprar ou dominar.
Apesar de o trabalho ser a medida de valor de troca de todos os bens, não é em termos de trabalho que esse valor é calculado.
O trabalho é difícil de medir, pois em uma hora de trabalho um operário pode não ter feito quase nenhum esforço, mas nos seguintes ter de realizar atividades extremamente difíceis, portanto o tempo de execução da mercadoria, não basta para definir o seu preço.
Para calcular o valor de algo em termos de quantia de moeda, o valor de troca de cada mercadoria é calculado em termos da quantidade de moeda porque é possível trocá-la, do que em termos de trabalho.
O ouro, a prata e outros materiais utilizados como moeda tem valor variável, alguns momentos na história, o ouro e a prata eram extremamente caros, mas em outros tiveram o seu valor diminuído.
Ao serem descobertas abundantes quantidades de minas de ouro e pedras preciosas na América no século XVI, isso fez com que o preço do ouro tivesse o seu valor reduzido 1/3 do valor anterior.
Outro fator, segundo Adam Smith, que contribui com a queda do preço do ouro foi a diminuição nos custos de trabalho para a extração e o custo de trasporte da América para a Europa.
Como o ouro e outras pedras preciosas tiveram o seu valor alterado, pode se dizer que não é ainda a melhor medida precisa de valor de outros bens. Diferente o preço pago por um trabalhador é sempre o mesmo, seja qual for a quantia de bens que ele produzir em troca. O valor do trabalho que permite o homem obter uma remuneração não varia, já os valores dos materiais alteram.
Aqueles materiais que exigem mais trabalho para adquirir são considerados materiais caros, no inverso aqueles que exigem pouco esforço são considerados materiais baratos.
Diferente para o patrão o trabalho também é analisado como se fosse uma mercadoria. A contratação e os custos dos serviços as vezes fica mais caro e outras mais barato. No entanto, o trabalho possuí um preço real e um preço nominal.
- Preço real: consiste na quantidade de bens necessários à vida e ao conforto que são dados em troca dele.
- Preço nominal: quantidade de dinheiro, como o ouro e a prata apresentam variações em seus valores, o preço nominal pode continuar a ser representado em quantidade de moedas, mesmo que o peso destas moedas seja alterado.
Os príncipes e Estados soberanos tem diminuído a quantia de metal puro contido nas moedas. Isto tende a reduzir o valor de uma renda monetária segundo Adam Smith. ( Marx, no livro O Capital, desmistifica esta ultima análise de Adam Smith).
O valor das rendas fixadas em cereais preservou-se muito melhor do que as que foram fixadas em dinheiro. As rendas de cereais são mais estáveis do que as rendas em dinheiro.
A rainha Isabel decretou que todas as rendas dos colégios fossem fixadas em cereais. As rendas de cereais de acordo com Smith eram mais estáveis do que as rendas em dinheiro. iguais quantidades de cereais manteriam de uma época para a outra um valor constante real, desta forma isso permitirá que seu possuidor adquira o domínio sore quantidades de trabalho de outras pessoas.
diferente nas transações de uma moeda de um país com o de outro não existe a mesma similaridade no poder de compra. Uma mercadoria que custa L$ 50,00 no Reino unido, pode custar um quarto na China.
Por isso sai lucrativo comprar mercadorias no exterior e vender no seu estado, caso todas as mercadorias tivessem o mesmo valor internacionalmente, não teria razão as transações entre lugares distantes.
Cap. 6 - Das partes que compõem o preço dos bens.
A quantidade, o tempo e o esforço necessário para se realizar um trabalho são determinantes do valor. Quanto maior destreza, esforço, e quantia de tempo necessário para a produção de um produto, ou realização de um serviço, mais caro será o bem. Quanto maior a dificuldade para a realização do produto, mais caro no entanto será o salário do trabalhador.
No entanto, assim que começou a existir riqueza acumulada nas mãos d determinadas pessoas, algumas utilizaram parte de suas riquezas para contratar operários em troca de salários a fim de que esses colaborassem para que fosse acrescido valor nas matérias primas.
O valor que os operários acrescentam as matérias primas consiste em duas partes: SALÁRIOS e LUCROS,
Um patrão não teria o menor interesse em contratar caso não obtivesse lucros superiores a sua renda inicial. O produto total de um trabalhador não pertence apenas a ele próprio. O operário é obrigado a partilhar o seu produto com o proprietário do capital que o emprega.
MERCADORIA = TERRA + INSUMOS + TRABALHO
LUCRO é diferente de SALÁRIO
o Lucro é a renda obtida pelo capitalista após a produção e o pagamento de seus funcionários.
Cap. 7 - Do preço natural e do preço do mercado de bens.
As taxas correntes médias de salários, lucros e renda são determinadas pela situação geral da sociedade, a sua riqueza, pobreza, o seu estado progressivo, estacionário ou regressivo. A taxa corrente ou média de salários e renda é também determinada pela situação que a terra se situa, fértil ou infértil.
Essas taxas médias podem designar-se como salário, lucro e renda.
O lucro é a fonte da receita, o verdadeiro lucro de subsistência. Ninguém vende sem lucro.
O preço de mercado das mercadorias é determinado pela quantia que é ofertada nos mercados e pela procura efetiva daqueles que estão dispostos a pagar o preço final da mercadoria.
Quando a produção é equivalente a procura do mercado, os preços de mercado, e os preço naturais coincidem não obrigando os mercadores a cobrarem nem mais e nem menos.
As flutuações ocasionais e temporárias nos preços de mercado de qualquer bem, também refletem nos componentes de salário e lucro, menos do que na renda. Isso faz com que sejam afetados também a oferta de trabalho, emprego e bens.
Um monopólio conquistado por um capitalista, faz com que os mercados se mantenham constantemente sub-abastecidos, nunca suprindo completamente a procura efetiva vendendo os seus bens sempre acima dos preços naturais do mercado elevando os seus lucros.
As grandes corporações possuem privilégios exclusivos restringindo a concorrência à um número pequeno de indivíduos. - MONOPÓLIOS
Raramente os preços de mercado se mantém abaixo do preço natural. O preço natural varia com a taxa natural de salários, lucros e renda.
Comentários
Postar um comentário