Graham T. Allison - Modelos Conceituais.



Os textos de Allison tratam tanto dos diferentes modelos de análise do processo de tomada de decisões de temas políticos internacionais como realiza uma relação com a crise dos mísseis de Cuba. No entanto, neste resumo irei focar apenas nos 3 modelos de análise que Allison explica e suas especificidades.

Allison ao longo do texto apresenta para o leitor os seguintes 3 modelos de análise:

I) Modelo de política racional
II) Modelo de processo organizacional
III) Modelo de Política Burocrática

Segundo o autor, nenhum dos modelos de análise política ao ser adotado em algum estudo universitário, ou expositivo ao público esta errado, contudo o modelo que o escritor de uma obra escolhe certamente leva a diferentes conclusões.

O Modelo de política racional (I)  
A maioria dos analistas explica ( e predita) as ações das autoridades dos governos nacionais em termos de várias formas de um modelo conceitual básico. Esta análise explica que os fenômenos ocorrem a partir de circunstancias particulares específicas que ao se unirem geram uma reação.
Este argumento mostra que dada uma particular circunstancia e as leis na questão, a ocorrência do fenômeno já era esperado, é neste sentido que a explicação nos permite entender por que o fenômeno ocorreu. Enquanto vários padrões de explicação podem ser distinguidos, explicações cientificas satisfatórias exibem essa lógica básica.   ( 5 x 4  = 20 )
Consequentemente, a predição é o inverso da explicação, este modelo de análise pressupõe que todas as decisões são planejadas de maneira premeditada, racional pelos tomadores de decisão e chefes de Estado. De acordo com o modelo I, os comportamentos tanto de inteligência como comportamentais são baseados e um calculo de vantagens e valores conscientes pressupondo que o governo está em constante busca pelos interesses nacionais.
Contudo, segundo Allison, o que as análises do modelo I fazem nada mais é do que uma caricatura dos fatos, mesmo assim, uma caricatura também pode ser instrutiva e ajudar na caracterização e explicação dos fatos.

O Modelo de processo organizacional (II)
Este segundo modelo, coloca a questão que as decisões de Estado não partem apenas dos chefes de Estado, importantes decisões de acordo com o modelo de processo organizacional antes de serem tomadas passam por uma complexa estrutura de relações de indivíduos, secretariados, ministérios, gabinetes ou Politburos, e órgãos de inteligência que após um extenso percurso levam a tomada  final de decisões.
Este modelo no entanto, leva mais em conta a superestrutura e seu funcionamento ligado ao processo de tomada de decisão do que ao processo de escolhas deliberadas de líderes de acordo com suas próprias convicções e pensamento.
Contudo, não podemos esquecer que os governos abrangem uma grande variedade de termos e tem que responder a diversos problemas enfrentados pela sociedade. Para dar conta deste enorme conjunto de assuntos, existem diferentes organizações estatais que teoricamente são encarregadas de uma determinada tarefa de forma teoricamente especializada, contudo, ainda assim estas organizações respondem a uma superestrutura a qual determina encargos o nível de poder dos diferentes atores envolvidos exemplo: (secretariado, segundo secretario, primeiro secretario, coordenador, ministros, presidente).
Vários problemas no entanto se enquadram em mais de uma organização sendo poucos os que se restringem a apenas uma organização. Quando ocorre um problema no entanto, cada organização pode dar uma resposta diferente para o problema.
A organização destas organizações precisa ser bastante coordenada para assegurar o desempenho confiável das ações que dependem de uma cadeia de comportamentos e relacionamentos que envolve centenas de pessoas semelhante a um jogo de futebol.
caso os jogadores estiverem unidos e conectados, o resultado será positivo, diferente, o resultado será negativo.
Para fazer uma análise de acordo com o modelo 2 (processo organizacional) é necessário um contato direto com o sistema para a sua compreensão, o que gera explicações bastante diferentes das mais comuns de noticiários.

Modelo de política burocrática (III)
Os líderes se apresentam no topo do processo de tomada de decisões e podem adotar ações em desacordo com cartilhas, regras, códigos de conduta, e a orientação dos demais participantes no processo de tomada de decisão.
Contudo, ele não deixa de sofrer pressão e influência dos demais líderes, secretários, mesmo assim, o chefe de Estado tomador de decisão final pode seguir muito mais a influencia de pessoas próximas dispares de toda a estrutura burocrática, conforme ocorreu durante a crise dos mísseis de cuba, caso o presidente dos EUA tivesse seguido a orientação dos demais secretários das forças armadas, provavelmente teria desencadeado uma terceira guerra mundial.
Os próprios lideres militares tomadores de decisão também tinham suas decisões para pressionar o presidente a favor da guerra não à toa, nos EUA, existem um enorme patrocinio de campanhas e projetos políticos pelas corporações privadas e o setor de armamentos possuí um grande peso nessa questão.
As decisões dos líderes envolvem toda uma estrutura social, de relacionamento e de interesses privados-estatais que levam a tomada de decisão final a qual não obrigatoriamente segue um processo de tomada de decisão de acordo com toda a estrutura de inteligencia e política envolvida no processo de decisões.

Estes 3 modelos de análise possibilitam que o escritor crie uma explicação sobre um fato, contudo os 3 apresentam problemáticas e questões as quais podem levar a diferentes conclusões. A escolha do tipo de abordagem fica a escolha do escritor, mas pode levar a diferentes conclusões e a tomada de decisões futuras.

    

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