Capítulo 8 - Karl Marx - O Capital

Karl Marx (1818 - 1883)


Cap. 8 A Jornada de trabalho.

1. Os limites da jornada de trabalho
A força de trabalho é comprada e vendida pelo seu valor o qual, como o de qualquer outra mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho necessário para sua produção..
No entanto, o tempo que um operário realiza de trabalho não produz apenas o necessário para pagar a sua remuneração.

a______b__________________c

a___b = tempo de trabalho necessário para o operário produzir sua própria remuneração.
b______c = duração de mais trabalho

A jornada de trabalho não é uma grandeza constante, mas variável. Um trabalhador pode trabalhar 6, 8, 10, 12 horas por dia, essas jornadas podem indicar que os componentes da jornada de trabalho, o trabalho necessário e o mais trabalho são iguais, mas não a grandeza de cada uma dessas partes.
No modo de produção capitalista, o trabalho necessário e o mais trabalho são iguais, mas não a grandeza de cada uma dessas partes.
No modo de produção capitalista, o trabalho necessário jamais pode ser reduzido ao tempo minimo de trabalho necessário para a conservação do trabalhador, assim como também possuí um limite máximo que não pode ser prolongada.
O trabalhador precisa de tempo para satisfazer as necessidades sociais, intelectuais, físicas, higiênicas como alimentar-se. A extensão desse tempo de trabalho varia conforme o nível geral de cultura de uma época e de uma região.
As variações de tempo de descanso e de satisfazer suas necessidades são bem elásticas e permitem amplas variações de limites de tempo de trabalho. Desta forma encontramos jornadas de 8, 10, 12, 18 horas, ou seja das mais distintas durações.
Abstraindo os limites que são extremamente elásticos a natureza das trocas de mercadorias não impõe barreira alguma à jornada de trabalho e nenhuma limitação ao mais trabalho.
O capitalista como comprador, faz valer seus direitos como comprador e tenta prolongar ao máximo as jornadas de trabalho e sua extração de mais valia dos trabalhadores.

Essa exploração já chegou e chega a questão sem limites. Neste capítulo, Marx apresenta diferentes casos e declarações reas de exploração de mão de obra de crianças menores de idade da faixa de 9 à 12 anos que foram exploradas que chegaram a ter de trabalhar de 15 a 20 horas tendo como consequência dessa exploração selvagem capitalista problemas de saúde, deformações corporais, e uma vida muito curta.
Assim, a produção capitalista, que é essencialmente produção de mais valor, sucção de mais trabalho, produz com o prolongamento da jornada de trabalho não apenas a debilitação da força humana de trabalho que se vê roubada de suas condições normais, morais e físicas, de desenvolvimento e atuação.
Ela produz o esgotamento e a morte prematura da força de trabalho.
Ainda assim, Marx mostra que ao longo da história diferentes movimentos trabalhistas se juntaram na busca de mudanças em seus direitos e diminuição da exploração da força de trabalho como foi o caso em 1848 das alterações do tempo máximo de trabalho que passou para 10h no Reino unido. Posteriormente, outros países também passaram a discutir na política esta questão.
 

 

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