Política econômica, inflexões e crise: 1974/1981
Entre 1974 e 1978 a política econômica do governo miltar debilitou-se
pela tentativa de conciliarem objetivos irreconciliáveis.
Entre 74-76 projetou-se o II PND. Com o
objetivo de sustentar as elevadas taxas de crescimento, reverter a aceleração
da inflação e conter o déficit do balanço de pagamentos.
Havia, portanto, uma contradição entre os
objetivos. De um lado se procurava aumentos ambiciosos de gastos do Estado em
investimentos públicos, e por outro lado a política de crédito e financiamento
seguia uma linha de objetivos de contenção do crédito.
Visão Crítica do II
Plano Nacional do Desenvolvimento PND (1975-1979)
Dr. Carlos Lessa
A partir de 1930 o
Brasil teve 10 planos de governo que por mais que apresentassem diferentes
propostas de medidas a serem seguidas para serem alcançados os seus objetivos,
todas as propostas apresentavam finalidades e objetivos a serem perseguidos
para possibilitar o desenvolvimento nacional.
O 2º PND lançado pelo
presidente Geisel em 1974, para o período de 1975-79 foi o último projeto
desenvolvimentista desenhado por algum governo Brasileiro.
O 2º PND apresentava
propostas ambiciosas, contudo nos dois anos posteriores de seu início houve
mudanças no quadro econômico nacional e internacional que alteraram completamente
as condições para se alcançarem os seus objetivos.
Entre 1968-74, período
antecedente ao 2º PND, o crescimento do PIB percapita chegou a 9% ao ano. Um fruto
decorrente das mudanças no quadro produtivo e industrial do Brasil. Neste
período houve o crescimento da indústria automobilística, de bens de consumo
duráveis (geladeiras, televisores, eletrodomésticos) produtos até então imagináveis
no cotidiano da sociedade brasileira.
Após 1964, o governo
Brasileiro fez uma reestruturação do sistema financeiro nacional, congelamento
dos salários dos trabalhadores, além de outros incentivos fiscais para que
incentivasse industrias para virem investir no Brasil.
Este momento ficou
marcado pela boa vontade das grandes empresas dos países desenvolvidos virem
produzir aqui no Brasil. Um cenário que se propagou de modo semelhante em toda
a América Latina, principalmente Sul.
No entanto, o Brasil em
1973-74 passou a defrontar com problemas de carência mais ou menos generalizada
na área de quase todos os insumos industriais críticos como exemplo
siderúrgicos, dos quais o país passou a ter de importar. Essa questão colocava
em dúvida até quando o Brasil continuaria apresentando recorrente crescimento
econômico e produtivo devido as suas ainda existentes debilidades de produção,
tecnologia e de fornecimento de insumos.
O 2º PND no entanto,
dentro de suas propostas queria alterar o quadro de produtividade nacional e
corrigir os desníveis da expansão industrial anterior.
Em 1974-75 o 2º PND foi
seguido de maneira bastante coerente na busca de conseguir realizar as metas
propostas.
As metas + importantes
eram:
- A transferência dos
fundos PIS e PASEP
- Incentivos parta as
exportações.
- Alteração das
prioridades no sistema de transporte, segundo a qual o automóvel deixaria de
ser o setor de ponta da expansão. O governo tinha como objetivo tornar como
setor de expansão as indústrias de base (siderurgia, metalurgia de não
ferrosos, química de base, mineração e eletrônica pesada). Ou seja, o setor de
produção de máquinas e equipamentos passaria a ser o setor de arranque da nossa
economia.
No entanto, para que
esses objetivos fossem alcançados era necessário que vários materiais fossem
importados o que aumentou enormemente o nosso déficit de balanço de pagamentos.
E houvesse uma tremenda alteração na nossa estrutura de transportes. O
transporte até então mais incentivado era o individual automobilístico, para que
o projeto funcionasse era necessário que ocorressem uma reorientação para meios
ferroviários e hidroviários.
+ ferrovias, -
automóveis. Infelizmente algumas das metas do II PND ficaram apenas no papel
O personagem central do
2º PND era o Estado.
O governo pretendia através
das empresas estatais como a Vale do rio doce, Petrobras, Eletrobrás,
Petroquisa, entre outras, impulsionar o desenvolvimento tecnológico e produtivo
nacional que através da geração de emprego e renda de forma direta e
terceirizada iria impulsionar os demais segmentos de consumo estimulando a
entrada de capital externo de empresas estrangeiras.
No entanto, os fatores
não se processaram de acordo com o plano tendo 1975 sido um ano de
desaceleração do processo até então corrente.
Porque o 2º PND Fracassa?
Tudo o que sobe desce.
Não foram feitos os
ajustes necessários na hora certa.
O consumo da sociedade
desde o seu início foi limitado devido ao não reajuste dos salários o que
limitava o crescimento da economia.
O crescimento nacional
cresceu de acordo com o funcionamento da economia externa.
O brasil por mais que
tivesse se industrializado se manteve dependente da boa vontade dos
investidores externos.
O brasil se beneficiou
de um momento positivo do mercado de credito e financiamento internacional. A
partir do momento que esse crédito parou sua economia assim como a de outros
países em desenvolvimento da América do Sul parou de crescer.
O I PND tinha como objetivo principal atender
as necessidades do mercado externo e não interno.
Sem reajustes salariais
o mercado interno era limitado.
Com a crise do petróleo
houve uma diminuição do comércio. Com uma diminuição do ritmo da economia
externa era difícil mantermos o mesmo ritmo de crescimento.
A crise do petróleo
tornou a importação dos insumos necessários para a realização dos objetivos do
2º PND mais caros.
Investimentos
financeiros mais rentáveis do que produtivos.
Desequilíbrio nas
contas fiscais, onde os gastos públicos superam as receitas públicas correntes.
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