O amado e odiado - Hugo Chávez
Hugo Chávez
Ignácio Hamonet, jornalista francês da revista International Diplomatiq, em sua obra 100
horas con Chávez faz uma descrição de Hugo Chávez apresentando suas características e
peculiaridades que o fizeram ser um personagem da política da América Latina de
enorme respeito por alguns, como de grande ódio por outros.
De acordo com o autor, Hugo
Chávez foi um líder Venezuelano que fez com que o país ganhasse uma nova imagem
e reconhecimento no mundo.
Hugo Chávez nasceu em uma
cidade do interior, tinha grande respeito por sua avó, chegou a ter bastante
destaque nos mais diversos campos, tanto na área militar, como no esporte,
cultura, diálogo, conhecimento, religiosidade entre outras capacidades
deslumbrantes o qual este líder possuía. No entanto a questão que fez com que
ele ganhasse respeito e apoio popular segundo o autor, diferente de outros
líderes da América Latina, foi o seu posicionamento de proximidade popular,
algo bastante diferente da maioria dos líderes políticos da América Latina.
De acordo com o autor, muitos
veem Hugo Chávez como um ditador pelo fato dele ter chegado ao poder através do
grande apoio de militares. No entanto, segundo o redator do texto, o processo
que fez com que Hugo Chávez chegasse ao poder com a ajuda de militares deve de
ser caracterizada de forma completamente diferente dos demais Golpes e
movimentos ditatoriais na América Latina.
Segundo o Autor, os militares
que ajudaram Chávez, diferente de outras ditaduras da américa do Sul foi que
estes tinham uma visão desenvolvimentista. A Venezuela, no entanto, diferente
do restante do mundo que se inclinava com maior apoio as ideias liberais após a
queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética seguiu uma linha política,
que se dizia de esquerda. O que se iniciava na Venezuela era um movimento de
resistência contra o processo de liberalização radical das economias. Este
processo que trouxe enormes pesares para as economias dos países sul
americanos, e a Venezuela não ficou fora deste cenário.
Hugo Chávez pela primeira vez
que tentou entrar na política tentou por meio de um “golpe” em 1992, mas que
fracassou levando Chávez para a cadeia por dois anos. No entanto, devido ao
grande apoio que Chávez possuía na política nacional, o presidente seguinte, para
tentar amenizar as movimentações populares que se iniciavam na Venezuela
decidiu soltar Chávez que nas eleições seguintes ganhou novamente apoio e prestígio
entre os demais militares. Sendo este um dos principais motivos de Chávez ter
sido eleito presidente em 2000.
Após sua entrada na política
no ano 2000, com mais da metade do senado Venezuelano com membros de seu
partido, foi iniciada uma reforma no sistema político venezuelano que deu início
a uma ditadura iniciada por meio de apoio popular por mais que possa parecer
contraditório.
Durante sua permanência no
poder, Hugo Chávez adotou várias medidas nacionalistas como estatização de empresas
petrolíferas e de gás. As entrevistas do autor do livro com Chávez, foram muito
interessantes. Suas respostas mostravam uma vontade de busca por uma integração
Sul Americana e o desenvolvimento de seu país. Segundo o autor, após sua
primeira entrevista com Hugo Chávez, ao sair do salão de entrevista, devido a
ótima argumentação e construção de frases de ideias desenvolvimentistas, o
autor nos diz, que no início do governo Chávez
ele acreditava que a América Latina estava em uma nova faze positiva de sua
história possível de grandes mudanças e transformações.
Contudo, a partir do momento
em que houve o início de manifestações na tentativa de impeachment do
presidente dizendo que ele era ditador, Hitler latino, ocorrendo diversas
tentativas de assassinato, houve uma mudança de visão sobre a realidade da
política Chavista.
Internacionalmente, vários
meios midiáticos passaram a demonizar Chávez na busca de enfraquecer sua
política, contudo, devido a sua maestria para lhe dar com discursos Chávez
utilizava os discursos adversos a ele de forma a demonizar no campo
internacional mais ainda suas políticas cada vez mais centralizadas.
Por mais que Chávez seja
considerado por muitos um ditador, ele foi o único chefe de Estado da América
Latina que instaurou um regime militar por meio democrático, por mais que tenha
tentado realizar um golpe em 1992.
Mesmo nos momentos de consulta
democrática solicitadas pela fraca oposição durante seus anos de mandato, ele
ainda assim mantinha apoio popular.
No entanto, apesar de várias
mudanças realizadas pelo presidente a fim de atender à vontade popular, a
economia Venezuelana se manteve especializada no petróleo. Durante a primeira
década dos anos 2000 com o petróleo em alta, a Venezuela teve um dos melhores
períodos de sua história, contudo, assim que houve a crise de 2008 e a queda
dos preços dos barris de petróleo a popularidade de Hugo Chaves começou a
decair, vários alimentos, produtos de limpeza domésticos da Venezuela eram
todos importados, produtos de baixo valor agregado e de utilização no cotidiano
dos cidadãos Venezuelanos.
Mesmo assim, em 2012 ele
venceu as eleições para o seu quarto mandato. No entanto não foi terminado
devido a problemas de saúde cancerígenos que levaram a morte o presidente tão
amado e tão odiado ao mesmo tempo.
O
legado de Chávez combina avanços na área social e fracassos na economia, além do
enfraquecimento das instituições democráticas de seu país.
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