Roger e eu - Michael Moore




   Michael Moore em seu filme "Roger e eu" faz uma análise sobre luta de classes, mudanças no âmbito da produção da riqueza material e seus impactos no trabalho e vida social dos indivíduos no capitalismo pós moderno.
  O filme ocorre na cidade de Flint, um município dos EUA o qual tinha sua economia baseada na produtividade da poderosa empresa General Motors - GM. Devido a enorme centralização dos meios de produção da GM que existiam até então, várias pequenas e médias empresas prestavam serviço para a GM e seus funcionários criando um fluxo de capital e serviços no município de Flint e cidades vizinhas. No entanto, no final dos anos da década de 1980 a GM decidiu deslocar a sua produção para outra cidade no México onde a mão de obra e o custo de produção eram (e são) menores. Apesar de isso ter sido bom para a empresa, causou grandes impactos para os trabalhadores e toda a região de Flint de forma direta e indireta.
   Cerca de 8000 trabalhadores da GM perderam seus empregos e vários outros moradores de Flint acabaram sendo afetados de forma negativa pela mudança na dinâmica produtiva e econômica do município.
   O filme retrata a falta de uma consciência de classe das sociedades norte americanas e o quanto os indivíduos possuem interesses particulares e coletivos que ao mesmo tempo são opostos e inconciliáveis com os interesses dos capitalistas.
   No ínicio do filme Michael mostra o declínio dos sindicatos nos EUA e os problemas consequentes deste processo trazendo como entendimento as responsabilidades dos capitalistas empregadores (muitas vezes exploradores) que devem de assumir com os seus operários, mas que pela falta de uma consciência de classe e do papel coletivo de reivindicação dos indivíduos na sociedade por seus interesses os trabalhadores acabam sendo afetados de forma negativa.
   A falta dessa consciência é marcada fortemente pela cena em que os funcionários com satisfação e alegria montam o último carro com otimismo de que o problema regional seria rapidamente solucionado seguindo a crença de que o mercado é auto regulável. No entanto, não foi isso que ocorreu comprovando que os mercados não são auto reguláveis.
   Outra teoria a qual é refutada no filme é a questão do empreendedorismo.  Vários personagens são apresentados expondo o quanto as pessoas em uma situação critica se expõe ao ridículo, como exemplo a consultora de cores e a criadora de coelhos.
   Um fator o qual não é apresentado no filme, mas que pela situação deveria de ser apresentado é com relação ao papel do Estado. Apenas alguns planos da prefeitura a fim de alterar a dinâmica econômica do município de industrial para turístico são apresentados, mas que não surtem efeitos positivos.
   O filme nos mostra o quanto as grandes empresas multinacionais possuem de influência nas sociedades afetando a vida e o cotidiano dos indivíduos. Na atualidade, devido a grande concentração de capital e monopólio de tecnologias e controle dos meios de produção por determinadas empresas, a liberdade de escolha dos indivíduos não passa de uma teoria. Hoje infelizmente estamos todos subordinados a tomada de decisões das grandes corporações mesmo sem consentimento.  
  

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