E.K. Hunt - História do pensamento econômico
E. K. Hunt - História do Pensamento Econômico.
Fichamento
Capítulo 5. David Ricardo
No início do capítulo o autor faz uma breve retrospectiva sobre a vida de David Ricardo.
David Ricardo era filho de um capitalista inglês de grandes fortunas adquiridas por meio de bolsa de valores. Assim como seu pai, David teve grandes êxitos em investimentos econômicos, fruto dos seus importantes estudos em economia que até hoje influenciam as mais diferentes analogias e doutrinas econômicas.
David Ricardo viveu na mesma época que Malthus e ambos foram influenciados pelas revoluções Francesa , Industrial e inquietações de movimentações de operários e disputas entre os capitalistas e os proprietários de terras ingleses. Apesar dos dois escritores (David Ricardo e Malthus) serem em partes diferentes em algumas análises sobre a classe operária, ambos mantinham relações mesmo que Ricardo tenha sido um inimigo intelectual de Malthus durante toda a sua vida.
O principal ponto de discordância das análises de ambos os autores era a questão do conflito entre os capitalistas e os proprietários de terras.
Ricardo sempre defendia os interesses dos capitalistas e os principais pontos de discordância de suas análises eram a TEORIA DO VALOR e a TEORIA DA SUPER PRODUÇÃO de Malthus.
A teoria da renda e do Lucro:
O problema central da economia política segundo Ricardo era as regras que determinavam a distribuição dos produtos da terra: Malthus em 1845 publicou sua obra "An Inquiry into the Nature and Causes of Rent" e Ricardo após ler, assim que foi publicado, reconheceu que a teoria da renda da terra de Malthus complementava uma teoria de lucro em que ele já vinha trabalhando.
A teoria da renda da terra de Ricardo definia renda da terra como "a parte do produto da terra que é paga a seu proprietário pelo uso dos poderes originais e indestrutíveis do solo" - ou seja Imposto.
Sua teoria da determinação da renda da terra baseava-se em 2 hipóteses:
1a) A terra era diferente em sua fertilidade e que todas as terras poderiam ser ordenadas a partir da mais fértil para a menos fértil.
2a) A concorrência sempre igualava a taxa de lucro dos fazendeiros capitalistas que arrendassem terra dos proprietários.
PRODUTO LÍQUIDO: quantidade produzida - custo de produção
CUSTO DE PRODUÇÃO: Insumos + salários
PRODUTO LIQUIDO = LUCRO
PRODUTO LIQUIDO = Excedente criado pelo trabalho.
Ricardo acreditava que em geral, a concorrência tenderia a igualar as taxas de lucro entre os capitalistas.
O produto liquido (lucro), diminui a medida que aumenta a quantidade de terra cultivada, Ricardo em sua teoria pressupunha que existisse uma economia simples em que proprietários de terra capitalistas e trabalhadores só produzissem seriais e as terras fossem infinitas.
O lucro segundo Ricardo era um excedente e a concorrência igualaria os lucros de todos os fazendeiros.
Ricardo aceitou a teoria da população de Malthus que explicava que o crescimento populacional forçaria os salários dos trabalhadores baixar.
Ricardo acreditava que sua teoria dos seriais poderia ser ampliada de modo a incluir mercadorias industrializadas.
Base econômica do conflito entre Capitalistas e Proprietários de terras.
Ricardo identificava a prosperidade econômica com a acumulação de capital e com o crescimento do processo de acumulação (assim como os demais economistas clássicos).
Aos capitalistas obterem lucros, seguindo a lógica Ricardiana, ao acumularem capital o resultado seria destes aumentarem a demanda por mão de obra por uma constante busca pelo enriquecimento. Esse aumento de demanda provocaria um aumento dos salários de mercado que ultrapassaria o salário natural (de subsistência), e isso faria com que a população aumentasse. A partir do aumento populacional, esse processo seria retomado de maneira infinita.
A teoria do Valor - trabalho.
De acordo com os princípios de Ricardo, embora todas as mercadorias que tivessem valor tivessem de ter utilidade, caso contrário não poderiam ser colocadas no mercado, (a utilidade não estabelecia valor) as mercadorias recebem seu valor de 2 fontes:
1) de sua escassez
2) da quantidade de trabalhadores necessários para sua obtenção.
Mercadorias como estátuas, quadros, obras de arte, livros e vinhos de determinada qualidade tinham valor totalmente independente da quantia de trabalho necessário para sua produção, no entanto essas mercadorias não tinham importância para serem discutidas.
Contudo Ricardo concordava que "se a quantidade de trabalho incorporada na mercadoria fosse maior, maior seria seu preço".
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