O PAPEL DAS FERROVIAS NA INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E PRODUTIVO DE SÃO PAULO E SUL DE MINAS GERAIS

Olá pessoal, esta foi a minha monografia de final de curso recentemente aprovada, deu muito trabalho para fazer mas valeu a pena. Só peço desculpas pelo fato de não estar conseguindo colocar os mapas utilizados no trabalho neste Blog.


Faculdades de Campinas
Curso de Relações Internacionais


MATEUS GRANADA RIBEIRO



O PAPEL DAS FERROVIAS NA INTEGRAÇÃO DOS MERCADOS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E PRODUTIVO DE SÃO PAULO E SUL DE MINAS GERAIS






Campinas
2015
Faculdades de Campinas
Curso de Relações internacionais





Monografia apresentada às Faculdades de Campinas como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas.
Orientador:
Prof. Dr. Eduardo Fábio Iaderozza




Monografia intitulada O papel das ferrovias na integração dos mercados, desenvolvimento econômico, produtivo de São Paulo e Sul de Minas Gerias, de autoria do graduando Mateus Granada Ribeiro, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores:
____________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Fábio Iaderozza - Orientador
____________________________________________
Prof. Dr. James Onnig Tamdjan
__________________________________________

Campinas, 26 de maio de 2015



Dedico este trabalho ao meu querido avô Jorge Ribeiro que sempre me contou várias histórias, presenciadas durante toda a sua vida sobre as transformações ocorridas após o inicio da industrialização do Estado de São Paulo.
Mateus Granada Ribeiro



AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores, colegas, parentes e funcionários da estação Anhumas que me incentivaram e colaboraram para a realização e conclusão deste trabalho.



RESUMO

Neste trabalho, será feita uma análise da história das ferrovias do Estado de São Paulo e Sul de Minas Gerais que foram importantíssimas no processo de desenvolvimento e de centralização do capital na região sudeste brasileira. Ao longo do trabalho, no entanto, serão apresentados momentos, tanto de sucesso como de declínio do patrimônio ferroviário paulista, uma infraestrutura que foi colocada em segundo plano nos investimentos e projetos do Estado a partir de meados dos anos 1980.
Ao analisar a história do patrimônio ferroviário, observa-se que possam ser retiradas lições dos métodos utilizados na administração do setor ferroviário paulista que não se devem mais de praticar.
Palavras-chave: Ferrovias. Desenvolvimento. Investimento.


ABSTRACT
               This work, is going to do some analysis of the history of railroads in the state of São Paulo and south of Minas Gerais that were very important in the process of development and centralization of capital in the Brazilian southeast region. Throughout the work, however they will be presented times as much success, as the decline of the São Paulo railroad heritage, an infrastructure that was put in the background in state investments and projects from the mid-1980s.
               By analyzing the history of the railroad heritage, observe what methods of lessons can be drawn for administration of the Paulista railway sector must not be carried over.

Keywords: Railways. Development. Investment.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 -  Roteiro de expansão do Café no Estado de São Paulo
Mapa 1 - Linhas férreas do Estado de São Paulo de 1870 a 1900
Mapa 2 - Linhas férreas do Estado de São Paulo de 1900 a 1940
Mapa 3 Trajetos ferroviários 1960 da região Metropolitana de São Paulo
Mapa 4 -  Estradas de ferro da província de São Paulo


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Expansão das Estradas de Ferro, da Criação das Primeiras Linhas em 1854 a 1929
Tabela 2 - Companhia Mogiana de Estradas de Ferro: Situação Financeira
Tabela 3 - Dados da situação financeira dos trechos ferroviários da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e da Companhia Paulista


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
1 OS MOTIVOS DO SUCESSO DA ECONOMIA CAFEEIRA
2 CENTRALIZAÇÃO ECONÔMICA NA REGIÃO SUDESTE
3 ESTATIZAÇÃO DAS FERROVIAS E DECLÍNIO DOS INVESTIMENTOS
3.1 Choque do Petróleo e Crise Financeira
4 CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA




Introdução
           

Neste trabalho, serão discutidas as três fases de administração que as ferrovias de São Paulo e sul de Minas Gerais passaram, primeiro, o grande sucesso com investimentos e financiamentos da iniciativa privada; segundo de estatização e, terceiro, do declínio sob a administração privada.
            No primeiro capítulo, serão discutidos os fatores que fizeram com que a região Sudeste estimulasse a produtividade do café no interior dos Estados de São Paulo e sul de Minas Gerais, a partir de meados de 1870, possibilitando o enriquecimento e a construção de novas infraestruturas importantíssimas para a economia regional que tiveram um importante papel no processo de início do capitalismo no Brasil.
            No segundo, será feita uma discussão do processo de centralização de renda na região Sudeste que foi diferente das demais regiões econômicas do país e algumas análises que precisam ser alteradas para que ocorra um desenvolvimetno virtuoso e saudável no país.
            No último capítulo, serão apresentados os fatores que fizeram com que ocorresse um declínio dos investimentos ferroviários no país ligados tanto a dificuldades administrativas, como ao fortalecimento das ideologias Neoliberais no Brasil, trazendo enormes consequências negativas para a economia e sistema de transportes dos Estados de São Paulo e à região sudeste de Minas Gerais.
           


Capitulo 1 - Os motivos do sucesso da economia cafeeira.

            Neste capítulo, serão discutidos os fatores que fizeram com que a região Sudeste facilitasse as produções de café que possibilitaram o seu enriquecimento e a construção de novas infraestruturas importantíssimas, até então, inexistentes no interior dos Estados de São Paulo e Sul de Minas Gerais, possibilitando o início do processo do capitalismo no Brasil, e a expansão da fronteira de produção cada vez maior para o interior.
No período de 1870 a 1935, em decorrência do sucesso das produções de café cultivadas nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, houve o início de investimentos em infraestruturas, até então, inexistentes no interior destes Estados. Estes investimentos possibilitaram o aumento das exportações de café e outras mercadorias produzidas no Brasil de forma muito mais competitiva com o mercado externo. No entanto as ferrovias foram importantíssimas para a ocorrência de mudanças ao longo dos anos no território Paulista e Sul de Minas Gerais.
Certamente, caso não houvesse estas ferrovias, não teria ocorrido a mesma centralização de indústrias, bancos e de infraestruturas que a região Sudeste apresenta nos dias atuais do século XXI tornando a região bastante relevante na política e na economia do país.  Neste capítulo serão explicados fatores que causaram essa centralização econômica na região Sudeste.
O café foi uma mercadoria de extrema importância no histórico do processo de desenvolvimento da economia brasileira, contudo os estados que obtiveram maior participação no seu cultivo e se beneficiaram dos lucros oriundos de seu comércio foram os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
As primeiras plantações de café do Brasil foram feitas nas regiões de Belém do Pará e Maranhão, no início do século XVIII, mas, por volta de 1760, ao serem trazidas para o Rio de Janeiro é que se espalharam pelo território do estado como um novo surto de produção, alterando a produtividade nacional agropecuária.[1]
O sucesso do café não foi apenas uma coincidência, mas também ocorreu por um incremento de fatores que favoreceram o seu cultivo. Devido às plantações de algodão e cana de açúcar, os principais meios de cultivos realizados até o século XIX, terem tido os seus preços abatidos pelo fato de que outras colônias e Estados haviam iniciado também a sua produtividade, levando os preços dessas commodities baixarem, foi necessário que os fazendeiros mudassem o cultivo dominante de suas produções agrícolas em busca de maiores lucratividades.
A região do Brasil que mais se beneficiou do cultivo do café foi a região sudeste. No entanto o seu sucesso não ocorreu simplesmente por sorte ou por predestinação divina. Primeiramente, o café começou a ser cultivado no Rio de Janeiro (no vale do Paraíba) e, ao longo dos anos, o seu cultivo passou a ser feito no Espirito Santo e Sul de Minas. Porém, por estas terras serem limitadas, de difícil cultivo e apresentarem grande declive dos solos, o local onde houve a maior expansão do cultivo de café foi no interior do Estado de São Paulo, uma região de terras mais planas, com menor desnível e solo propício para a cultura cafeeira.
Este processo de expansão das regiões produtoras de café foi chamado de Novo Oeste. E foi um enorme sucesso. As maiores plantações de café localizavam-se nas regiões dos atuais municípios de Campinas, Ribeirão Preto, Jaguariúna e Araraquara.[2]

GRÁFICO 1 - Roteiro de expansão do Café no Estado de São Paulo

Fonte: MATOS. N.O. Café e ferrovias: a revolução ferroviária de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira

  A área de cultivo do interior paulista, como o gráfico acima mostra até meados do século XVIII era limitada, pois o território era extenso, e as poucas estradas que existiam, até então, eram de terra, havia ainda muita mata a ser desbravada e o transporte de mercadorias era feito através do transporte de carroças, animais ou escravos. Apesar do trabalho escravo, naquele momento estar muito caro devido a promulgação da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, alguns deles, ao serem utilizados para carregarem sacos de produção nas estradas, ao longo do trajeto do interior até o porto, facilmente conseguiam fugir.
A lei Eusébio de Queiroz, limitava a importação de escravos, mas permitia a manutenção ao menos do comércio interno. No entanto os escravos passaram a ficar cada vez mais caros para os senhores proprietários de terras.  A necessidade de investimento em um novo meio de transporte de cargas para os produtores de café em 1850 era fundamental e se mostrou bastante plausível.
Apesar de ocorrer, rapidamente, mudanças na fronteira agrícola paulista e na dinâmica econômica e produtiva nacional, no primeiro instante, não houve o surgimento de empresas ou investidores os quais tivessem o domínio produtivo e comercial imediato de algum produto. Além disso, o trabalho assalariado era algo que havia sido recentemente surgido no Brasil sendo este um fator relevante para que houvesse o crescimento do capitalismo no país. O trabalho assalariado apenas em 1888 é que foi formalmente determinado. Desta forma, nota-se, que o Capitalismo nacional, durante o período do café, estava em amadurecimento. As ferrovias tiveram uma importante colaboração neste processo, sendo estas importantíssimas colaboradoras no processo do surgimento de empresas de trabalho salariado no Brasil, até então, não existente.
A partir de 1830 1840, o café se tornou a principal mercadoria a ser exportada, além do Brasil ter se tornado o maior exportador de café do mundo. A primeira estrada de ferro do café foi a Sociedade de Estradas de Ferro Pedro II organizada pelo Governo do Império. Suas primeiras linhas começaram a funcionar no fim de 1859.[3] Estes trilhos, no entanto, se estenderam apenas até o Norte do Estado de São Paulo e a região Sudeste de Minas Gerais.
Apesar do Governo do Império ter investido também em alguns trechos de ferrovias, a maior parte das linhas férreas de São Paulo não foi financiada apenas pelo Estado, os senhores de terra donos das fazendas produtoras de café e investidores estrangeiros, também colaboraram neste processo. O motivo dos investimentos ferroviários era a redução de custos de transporte das mercadorias a fim de que aumentar a competitividade das produções brasileiras no mercado internacional.
Justamente pelo seu sucesso, o diferencial da economia cafeeira das demais políticas de produção, praticadas, até então no Brasil, foi o fato de que ela fomentou bancos nacionais os quais colaboraram no financiamento da construção de infraestruturas de transporte da região Sudeste independente do Governo do Estado. Isso ocasionou uma maior movimentação de capital interno no Estado de São Paulo e Sul de Minas Gerais, até então, não presenciada pela região. Estas ferrovias estimularam a economia regional de forma nunca antes vista até aquele momento na história do Brasil.
O Sucesso do café também pode ser considerado como um fator promovido em decorrência da 1ª e 2ª Revolução industrial ocorrida na Europa e nos Estados Unidos. Por causa das mudanças nos meios de produção, decorrentes do processo de industrialização, foi necessário algo para manter os operários acordados e realizarem suas operações de forma satisfatória. Por este motivo, o café tornou-se uma mercadoria de extrema importância no mercado mundial e, como o Brasil naquele momento era o maior exportador, pelo motivo da quebra das safras concorrentes, obteve-se enorme lucratividade. Desta forma, o cenário econômico internacional, o início da revolução industrial, a quebra das safras concorrentes e a organização do capital com a formação de bancos em São Paulo foram fatores os quais colaboraram na organização do financiamento da construção das ferrovias na região Sudeste do Brasil em especial o Estado de São Paulo.[4] 
Contudo ainda havia algumas limitações, nesse processo de crescimento ferroviário que se iniciava. Para que ocorresse a construção das linhas férreas, no início foi necessário, a importação de materiais e a contratação de companhias externas para que o país tivesse acesso a este novo meio de transporte. Desta forma, em 1858, a Companhia Britânica São Paulo Railway Company, Ltd ficou encarregada de realizar a construção de uma estrada de ferro que interligasse o planalto de São Paulo ao porto de Santos, fazendo com que, em 1867, a linha principal Santos São Paulo, entrasse em funcionamento.
Nos próximos tópicos deste capítulo serão apresentados e explicados os trajetos e os processos de formação das diferentes companhias ferroviárias do Estado de São Paulo, A companhia São Paulo Railway Company Ltda, A Companhia Mogiana, A Companhia Sorocabana e a Companhia Ytuana.
Os trajetos destas quatro Companhias apresentados nos mapas abaixo mostram o quanto ao longo dos anos houve uma expansão cada vez maior dos trilhos que tornaram as produções do interior paulista e de Minas Gerais cada vez mais importantes para a economia do país. O primeiro mapa mostra as linhas existentes de 1870 a 1900, o segundo mostra os trajetos de 1900 a1940.

MAPA 1 - Linhas férreas do Estado de São Paulo de 1870 a 1900.

Fonte: : MATOS. N.O. Café e ferrovias: a revolução ferroviária de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira








MAPA 2 - Linhas férreas do Estado de São Paulo de 1900 a 1940.
Fonte: São Paulo Railway Company Ltda.
A concessionária São Paulo Railway Company explorou durante 90 anos o trecho de Santos São Paulo sendo esta considerada a maior empresa ferroviária em volume de carga realizada no Brasil até o momento.[5]
A ferrovia com 159 km ligava os municípios de Santos e Jundiaí interconectando ao longo do percurso dos trilhos os municípios de Cubatão, Santo André, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, São Caetano do Sul e a capital São Paulo. A implantação da Estrada de Ferro Santos Jundiaí causou enormes impactos ao longo do trecho que trouxeram mudanças no cotidiano das sociedades e nas dinâmicas de produção das fazendas da região.
Ao redor das estações várias atividades e serviços passaram a se concentrar como armazéns, oficinas, centros comerciais, vendas, chaveiros, sapateiros, depósitos e vários outros serviços que tinham como objetivo atender as novas demandas que surgiram pelo aumento da mão de obra salariada e para atender as novas necessidades para a realização da manutenção dos vagões, das estações e dos trilhos. Dois exemplos de empresas que surgiram neste momento foram a Companhia Brasileira de Cimentos Portland Perus e a Votorantim.[6] Além disso as ferrovias também estimularam a criação de novos caminhos que passaram a interligar povos, famílias, chácaras, fazendas e sítios nas proximidades à exploração de riquezas naturais ou a produtividade agrícola. As ferrovias, no entanto, foram fundamentais para o fortalecimento do capitalismo no Estado de São Paulo e o incentivo à produtividade capitalista.
No período do fim da 1ª Guerra Mundial (1918), com o aumento no número de indústrias, nas proximidades das linhas férreas, fez-se necessário a ampliação de trens para atender também ao transporte de passageiros além do transporte de cargas já existente.  Isto ocorreu tanto para atender ao conglomerado urbano, como para facilitar a chegada dos trabalhadores até as indústrias que estavam em processo de crescimento e se concentravam ao redor dos trilhos. Justamente por esse motivo, em 1920 foram implantadas novas estações de trem com o intuito de atender à crescente

:

demanda de operários fabris que se espalhavam pela capital e seus arredores.[7] Para facilitar o entendimento do papel das ferrovias neste ponto, na próxima página está exposto um mapa com os trajetos dos trilhos da região metropolitana da cidade de São Paulo
Ao vencer o prazo de 90 anos em 1946, a São Paulo Railway Company foi desapropriada pelo governo Federal, como já havia sido combinado desde a sua inauguração, e a companhia responsável passou a se chamar Estrada de Ferro Santos Jundiaí, no entanto serão explicados melhores detalhes sobre o declínio da ferrovia Santos São Paulo ocorridos posteriormente no próximo capítulo.






MAPA 3 -

Mapa dos trajetos ferroviários 1960 da região Metropolitana de São Paulo.[8]

Ferrovias do interior de São Paulo:
Parte dos lucros oriundos dos grandes produtores de café colaborou com o enriquecimento dos bancos regionais de São Paulo, possibilitando o financiamento de novas construções de ferrovias e estações de trem as quais interligavam diferentes munícipios do interior de São Paulo e do Sul de Minas Gerais com o litoral paulista. O processo de construção e administração foi realizado por quatro das companhias ferroviárias existentes do Estado de São Paulo:  Companhia Mogiana, Companhia Paulista S.A, Companhia Sorocabana e a Companhia Ituana.

MAPA 4 - Estradas de ferro da província de São Paulo






O problema do transporte de mulas e de escravos, anteriormente existente, deixou de ser um entrave para a economia da região com o surgimento das ferrovias. Os principais meios de transporte de mercadorias do interior do Estado de São Paulo antes das construções dos trilhos, eram os escravos que carregavam mercadorias do interior aos portos ou o uso de animais, principalmente mulas.[9] O transporte feito à base de tração animal tornava os trajetos de transporte de mercadorias demorados, a economia do interior do Sudeste pouco competitiva e fácil de ocorrerem furtos ao longo do percurso do interior aos portos.
Mesmo facilitando o transporte, inicialmente, apenas de mercadorias, as ferrovias exigiram que fossem implementadas novas atividades urbanas para atender às novas necessidades de seu funcionamento: O comércio e a produção de materiais, como carvão, lubrificante e, máquinas, além do fato de que era necessário o desenvolvimento de novos serviços para atender à nova demanda de trabalhadores salariados crescente de São Paulo. Necessitava, assim, de novas atividades comerciais e a prestação de serviços como restaurantes, padarias, barbearias, cabeleireiros, pedreiros, sapateiros, costureiras, mercearias etc. Uma nova fase de urbanização e desenvolvimento econômico foi fortemente fortalecida ao redor das estações.
Rapidamente, as estradas de ferro em São Paulo constituíram uma infraestrutura capacitada de promover o capitalismo da região Sudeste, principalmente nas proximidades das regiões cafeeiras. Para facilitar o entendimento de sua importância, a tabela abaixo mostra a expansão das estradas de ferro no período de 1854 à 1929.






TABELA 1 - Expansão das Estradas de Ferro, Da Criação das Primeiras Linhas em 1854, a 1929.

Anos
Região cafeeira (km)
Brasil (km)
1854
14,5
14,5
1859
77,9
109,4
1864
163,2
411,3
1869
450.4
713,1
1874
1053,1
1357,3
1879
2395,9
2895,7
1884
3830,1
6324,6
1889
5590,3
9076,1
1894
8713,9
12474,1
1899
10212
13980,6
1904
11281,3
16023,9
1906
-
17340,4
1910
-
21466,6
1915
-
28646,6
1920
-
28556,2
1925
-
32000,3
1929
18326,1
               32000,3

Fonte:  SILVA. SÉRGIO. Expansão Cafeeira e origens da Indústria no Brasil. Pág. 58

Esta tabela mostra o quanto houve de sucesso na ampliação das linhas férreas no período de 1854 até 1929. Durante estes anos, houve um crescimento de mais de 18.000 km de ferrovias só no Estado de São Paulo, onde mais da metade das linhas férreas construídas no país se localizavam nas regiões cafeeiras. A infraestrutura de transportes de São Paulo não apenas facilitou o escoamento de produtos, como também proporcionou uma nova dinâmica comercial e produtiva diferente das demais regiões do país.
Os primeiros municípios a participarem da construção dos trajetos da rede Mogiana foram os de Jaguari, Mogi mirim e Amparo. Este trajeto foi rapidamente finalizado, entre Campinas e Jaguari sido finalizado em 3 de maio de 1875, e o de Amparo em 15 de novembro do mesmo ano, totalizando 7 meses e 12 dias para a conclusão das obras deste projeto.[10] Felizmente, para aquela época, as obras de ampliação dos trajetos ferroviários do interior paulista, não pararam por aí. Nos anos posteriores, outras cidades também foram inseridas a rede Mogiana que passou a constituir municípios do Estados de São Paulo, e de Minas Gerais: Campinas, Ribeirão Preto, Amparo, Batatais, Orlândia, Franca, Pedregulho, Itupeva, Igaropaba, Uberaba, Uberlândia, Araraquara, Cajúru, São Sebastião do Paraíso, Monte Santo de Minas, Mococa, São José do Rio Pardo, Casa Branca, Poços de Caldas, Pinhal, Serra Negra e Socorro.
Companhia Sorocabana
A Companhia Sorocabana surgiu através da união de acionistas da Companhia Ituana, fundada em 1873, com fazendeiros e empreendedores da Sorocabana. O objetivo desta fusão era interconectar as ferrovias destas duas companhias anteriormente independentes, com o terminal da São Paulo Railway, localizado em Jundiaí. No entanto, devido ao surgimento de discordâncias entre os empreendedores no mesmo ano de sua fusão, em seguida, foi criada a companhia Estrada de Ferro Sorocaba. Apesar disso, devido as duas companhias atuarem em áreas de interesse comum, houve uma fusão entre estas no ano de 1872, que passou a se chamar União Sorocabana e Ituana.[11]
Além das facilidades de escoamento de produção e estímulo a produtividade do interior do Estado, as ferrovias de SP proporcionaram a criação de novas condições de trabalho, um fator importantíssimo para que fosse possibilitado o desenvolvimento do capitalismo e concentração de renda ao menos em parte da população condicionando fatores necessários para alterações na ordem trabalhista e de serviços, até então, vigente e em crise naquele momento, a mão de obra escravocrata. É interessante exaltar o fato de que, na véspera da abolição da Escravatura em 13 de maio de 1888, foi inaugurado o trecho da linha de Parnaíba que passou a ligar as cidades de Uberaba e Jaraquara a nova rede de transporte e escoamento. Uma nova ordem trabalhista e econômica, certamente, estava em seu período de surgimento no Brasil.
Em 1872, foi inaugurado o primeiro trecho de ferrovia brasileira a implantar a eletrificação de suas linhas no trajeto de Campinas Jundiái estendendo nos anos seguintes até Barretos no ano de 1928.[12] Em seguida, notando o aumento da concorrência dos caminhões que se acentuava, a Companhia de Estrada de Ferro Sorocabana, fundada em 1871, resolveu iniciar estudos para melhorar o seu serviço de transportes na década de 1920. Mas como este período foi marcado por instabilidade econômica, numerosos projetos e estudos, até então realizados, não foram possíveis de serem colocados em prática.
A partir de 1929 1933, a dominância que as exportações exerciam sobre a determinação e o ritmo da atividade econômica, passou a segundo plano, devido à diminuição no preço das commodities que, até então, dominavam o país principalmente na área agrícola.[13] A região sudeste foi forçada a realizar novos comportamentos em suas atividades comerciais e produtivas.
Apesar de seus diferenciais perante o restante do país, devido ao atraso no desenvolvimento de novas tecnologias e meios produtivos no país, mesmo São Paulo e Rio de Janeiro, as regiões mais industrializadas até aquele momento mantiveram uma dependência de importações de máquinas e de novas tecnologias produtivas.  
Para que houvesse um prosseguimento do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, a continuação da integração do mercado nacional era fundamental, no entanto este tema de integração dos mercados era um entrave e continua sendo até hoje um dos principais entraves para o desenvolvimento nacional. A questão de integrar o mercado brasileiro era senão a única, uma das poucas opções para que o país crescesse e sua economia não estagnasse, um fato comprovado com a crise de 1929. Após a crise de 1929, ficou mais do que clara a predominância das industrias e empresas de São Paulo frente as demais, por diversas razões.[14]
a) O novo padrão de acumulação estava sediado em SP.
b)   Em São Paulo, havia um maior mercado de trabalhadores salariados.
c)   Na região Sudeste, havia uma maior capacidade de articulação inter-regional.
d)   Na região sudeste, havia o mais bem constituído mercado de trabalho daquele momento.
e)   A maioria das empresas que resistiram à crise se localizavam em São Paulo.
No entanto essa centralização do capital em São Paulo, não apenas favoreceu o desenvolvimento econômico paulista ao longo dos anos seguintes. Demais Estados como Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Bahia passaram não apenas a exportar matérias como também a prover mercadorias e materiais para São Paulo constituindo mais um fator de estimulo para a produtividade.
Contudo esse processo positivo de ampliação dos trechos dos trilhos não se manteve permanente. Devido ao declínio do preço do café e do aumento das dificuldades econômicas, oriundas da Segunda Guerra Mundial, tanto a rede Mogiana, como as demais, passaram a sofrer déficits sucessivos em suas contas abalando a ordem de seus serviços. Desta forma, com a falta de um sinal positivo para melhoramento dos mercados, houve uma paralização dos investimentos privados nas ampliações dos trilhos, tornando, desta forma, a única opção restante para que a rede de transportes se mantivesse ativa, a sua passagem das mãos da iniciativa privada para a Estatal.    
Na década de 1940, o Governo Federal de Getúlio Vargas, junto do apoio do governo do Estado de São Paulo, tentou reorganizar as ferrovias. Um exemplo está na assunção pelo Estado de São Paulo da Ferrovia Sorocabana, quebrando o monopólio da São Paulo Railway na ligação entre o Porto de Santos e o Planalto Paulista como já foi explicado. No entanto a partir deste momento, houve uma paralização dos investimentos para a expansão das malhas ferroviárias.
Infelizmente, esse processo de crescimento dos investimentos de transporte ferroviário brasileiro não foi mantido a partir da década de 1950. Com o aumento nos processos de industrialização e urbanização do Brasil, houve um aumento na movimentação de cargas e pessoas, mas que foi solucionado por meio dos investimentos nas rodovias, não mais através da criação de novos trechos de trilhos.
Após a introdução das indústrias pesadas no Brasil, era necessário que ocorresse uma expansão dos sistemas de transporte. A rede rodoviária nacional aumentou sua quilometragem em 126%.[15]  A carga transportada pelo sistema rodoviário cresceu mais de seis vezes do que o ferroviário. No sistema ferroviário, apesar da manutenção de seu leve crescimento entre 1955 e 1970, este não chegou a ser tão expressivo como nas décadas anteriores.
  Isto fez com que as ferrovias não fossem mais tão lucrativas, sendo postas desta forma a segundo plano nas prioridades das metas dos planos do governo. O lucro destas passou a decrescer, paulatinamente, sendo extremamente necessárias mudanças na forma administrativa dos trilhos. No entanto essa mudança nas prioridades do governo não ocorreu por acaso. Esta alteração nos planos de infraestrutura dos transportes ocorreu por causa do aumento das explorações de petróleo ao redor do mundo principalmente nos países árabes.
O mundo passava por um momento de mudanças das prioridades de investimentos de infra - estrutura devido a mudanças nas fontes energéticas, necessárias para o funcionamento dos meios de transporte e das indústrias.
Para se ter uma ideia do quanto isto afetou nas decisões das metas do governo Brasileiro, entre 1940 e 1944 as exportações de petróleo dos países árabes eram de 14.000 barris por dia (TDA). Porém nos anos 1950 a situação mudou radicalmente quando as exportações chegaram a atingir a média de 1.7 milhões de barris por dia (MBD) fazendo com que ocorresse uma enorme queda no preço dos barris. Além do mais as empresas responsáveis pela extração petrolífera inicial dos países árabes eram a Britsh Petroleum (BP), Exxon, Mobil, Shell, Compagnie Français de Petroles (CFP), Texaco, e Gulf, Standard Oil of California. (FERABOLLI. S, pág.46- 49).
 Todas estas empresas eram oriundas dos Estados Unidos ou países Europeus, os quais controlavam grande parte do comércio internacional e conhecimento tecnológico de extração e refino do petróleo até então.
O baixo custo do petróleo pode ser considerado como um dos principais sustentáculos do desenvolvimento econômico e produtivo industrial. Devido a isto e o crescimento do mercado de automóveis, a prioridade de investimentos ferroviários no Brasil foi colocada em segundo plano.    
Os anos de 1956 a 1970, foram os de maior crescimento do produto interno bruto nacional, contando com um expressivo crescimento dos setores secundários e terciários da economia Brasileira, principalmente na região Sudeste com maior concentração no Estado de São Paulo.
Contudo, entre 1962 e 1967, houve a criação de incentivos fiscais para realizar a promoção e canalização de investimentos produtivos para demais regiões como o Norte e Nordeste. Desta forma, parte dos excedentes de capital gerados no polo paulista que não eram convertidos em mais capital produtivo eram em parte direcionados para as demais regiões com projetos de incentivos, a fim de facilitar o avanço da dominação do mercado nacional por empresas da região Sudeste nas demais regiões brasileiras. Capital produtivo são os recursos capazes de gerar mais riqueza e possibilitar a criação de novas oportunidades de emprego e renda para a população de São Paulo.
            Nota-se, portanto, que parte do capital gerado no Estado de São Paulo tenha sido canalizado para demais Estados e regiões, o centro de decisões econômicas se manteve centralizado. Segundo Wilson Cano, 50% dos investimentos nas regiões NO e NE eram originados em SP, os originados nestas próprias regiões eram em média 10% do total dos investimentos. Dados que deixam claro a centralização de decisões econômicas e industriais em São Paulo, mesmo que ocorressem investimentos em outros Estados.
A necessidade da estatização e centralização do controle ferroviário em uma única empresa estatal era considerada fundamental para que estas continuassem funcionando. Sendo assim, em 1957, foi iniciado o processo de estatização das estradas de ferro de São Paulo e Sul de Minas Gerais.
É perceptível, portanto, que mesmo as empresas ferroviárias do Estado de São Paulo e Sul de Minas Gerais ao longo dos anos tenham apresentado algumas dificuldades, as ferrovias foram fundamentais para que houvesse uma centralização do capital nesta região Sudeste e fizesse com que estes Estados  ganhassem uma maior dinâmica econômica, diferente das demais regiões do país. No entanto devido a este processo de centralização econômica houve o surgimento de algumas análises as quais dificultam a tomada de decisões políticas de acordo com a estrutura econômica existente no país. No próximo capítulo, estas questões serão melhor analisadas de forma mais aprofundada.




Capítulo 2 - Centralização econômica na região sudeste.
           
Este capítulo tem como objetivo explicar os motivos de uma centralização de capital na região Sudeste diferente das demais regiões do país a qual proporcionou um crescimento econômico e uma industrialização até então não presenciada no Brasil.
A Economia das diferentes regiões do Brasil, em grande parte de sua história, tanto no período anterior, como após a conquista da independência nacional, sempre teve uma produtividade especializada conforme a região e um mercado dependente do exterior. As transações comerciais realizadas entre os Estados, durante a maior parte da história brasileira, sempre foram bastante limitadas.
            Por mais que algumas regiões do Brasil possuíssem maior presença na política nacional do que outros, determinando em alguns momentos políticas fora de seu terreno, as economias das diferentes regiões pouco se relacionavam, o que mostrava o quanto eram frágeis as relações entre as diferentes regiões do país. Isso fez com que a questão do regionalismo e do relacionamento centro periferia, principalmente a partir dos anos de 1950, ganhasse destaque devido ao aumento das diferenças econômicas, produtivas e de infraestrutura entre as diferentes regiões e Estados.
Notando esse processo que se acentuava, em 1930 a CEPAL (Comissão Econômica de Pesquisas da América Latina), colocou-se em discussão a proposta de desenvolver uma industrialização no país que fosse capaz de substituir ao menos em parte importações, para se deter a marcha crescente de deterioração e alavancar o enriquecimento econômico e produtivo nacional das mais diferentes regiões do país de forma menos centralizada. Esta teoria de que a descentralização econômica é positiva vinga até hoje na política nacional.[16] O problema é que essa análise não pode ser aplicada à problemática inter-regional de uma nação.
A concepção de centro-periferia só é válida quando aplicada ao relacionamento entre Estados - Nações e não entre regiões de uma mesma nação. O problema do chamado imperialismo interno é o da concentração de capital automática, através da concorrência capitalista que se processa de forma livre, num espaço econômico internalizado, onde os interesses privados de maior porte não são efetivamente regionais. Há, em síntese, a concentração em um Centro dominante, que imprime os rumos do processo de acumulação de capital à escala nacional.[17] 
Quanto mais integrada à economia e mais integrado o mercado nacional, essa sujeição de preços se tornará mais decisiva. O Brasil, devido à falta tanto de planejamento como da existência de infraestruturas capazes de interconectar os diferentes estados e regiões e a sua estrutura econômica, gerou um processo de concentração de renda desigual entre os Estados.
Existem alguns equívocos e mitos da questão regional os quais necessitam ser desmistificados para direcionar a tomada de medidas políticas propicias ao desenvolvimento como estes:
a) Políticas de industrialização regional levam enfim o sofrimento de diversas regiões, ou melhor, de quase todo o país.
b) Existe muita terra a desbravar no país, portanto não temos de nos preocupar com o excedente populacional.
c) O desenvolvimento de SP se deve à desgraça da periferia do restante do país, de onde SP extrai o capital excedente.
d) A industrialização é uma chave para trancar os problemas de desenvolvimento e disparidades regionais.
e) É necessário um assentamento de colonos nas regiões Norte e Nordeste para que estas regiões se tornem produtivas e tenham maior participação na economia possibilitando o seu desenvolvimento.[18]           
            Aqueles indivíduos que utilizam estes argumentos esquecense de que, os Estados e regiões que na atualidade apresentam um maior grau de desenvolvimento, tanto no Brasil como em outros países, no passado, também contavam com uma expressiva agricultura, como os próprios casos dos Estados de São Paulo e Minas Gerais.
No entanto, devido à esta centralização econômica e produtiva não planejada, ocorreu o processo de concentração urbana, certamente, não por simples boa vontade dos indivíduos, mas por indução das movimentações econômicas ocorridas, principalmente durante os anos de 1930 1970 impulsionadas por políticas públicas.
Grande parte das terras divididas pelo país estão ocupadas por homens que não estão trabalhando nestas, ou sequer tem este objetivo como meta de usufruto destas terras. Em sua maior parte ocorre um mercado de capital especulativo nestas regiões.[19]
Na região Noroeste brasileira, entre os anos de 1972 e 76, mesmo ocorrendo um aumento das produções, a quantidade de terras inexploradas aumentou 70%. Isso mostra, portanto, que há uma séria alienação frente ao que leva realmente o país ao desenvolvimento.[20]
Na Amazônia, a região se manteve com uma economia baseada no extrativismo, tendo como exceção, ao longo de seu processo histórico os anos de 1870 até 1920 nos quais houve o extrativismo da borracha, mas sua economia não estimulou uma integração de terras, pela produtividade da região ser única e especializada.
            As demais regiões do país também mantiveram uma dinâmica produtiva e econômica especializada até a crise de 1929 por causa de suas dificuldades de integração no mercado nacional e a quase que total dependência com o mercado estrangeiro que fez com que o Brasil mantivesse uma dinâmica comercial e de produção restringida.
Apenas, a partir dos anos 1920 mudanças passaram a ser notadas quando o Governo do Estado passou a exercer um papel mais ativo no planejamento de metas econômicas nacionais no intuito de promover o enriquecimento econômico e produtivo nacional.[21]
Ao analisar estes pontos observasse a necessidade de que os futuros governos façam um planejamento para que as economias dos diferentes estados se tornem mais integradas, mesmo sabendo que sempre irão existir pólos econômicos que irão ditar os rumos a serem seguidos pelas demais regiões dentro do país.
No próximo capítulo, serão explicados os fatores que fizeram com que as ferrovias fossem estatizadas com a formação da FEPASA, e anos depois privatizadas.




Capítulo 3 - Estatização das ferrovias e declínio nos investimentos.
Em 1957, mesmo com o surgimento de novos projetos de empreendimentos e campanhas para novas infraestruturas como o aumento de rodovias no Estado de São Paulo e a economia brasileira se apresentar em um momento de mudanças com bastante otimismo, o país ainda possuía uma economia frágil e dependente de decisões políticas e macroeconômicas externas que alteraram as prioridades de investimentos nos anos seguintes.
            Entre os anos de 1967 e 1971, houve mudanças na organização administrativa das ferrovias nacionais. Em 1967, houve a incorporação das Estradas de ferro Araraquara e Mogiana pelo governo do Estado. Em 1970 a constituição de 3 sociedades de ações (Estrada de Ferro Sorocabana S/A, Estrada de Ferro Araraquara S/A, e a Estrada de Ferro São Paulo-Minas S/A) e, finalmente em dezembro de 1971 a criação da FEPASA (Ferrovia Paulista S/A), uma organização que unificava e concretizava a centralização das ferrovias de São Paulo.[22]
Após a unificação das ferrovias, o Estado passou a ser o seu subsidiário com o objetivo de facilitar a ampliação e a restruturação das linhas férreas existentes até então. No entanto a situação não foi alterada da forma como se planejava.
            Até aquele momento, a FEPASA contava com 7,1 funcionários por quilômetro de via, 36.665 funcionários para 5250 km de estradas de ferro; 17.237 da Sorocabana; 5709 da Mogiana; 547 da São Paulo Minas; 10.102 da Paulista; 10.101 da Paulista; e 3071 funcionários da Araraquara.[23] Estes dados mostram o quanto as ferrovias eram responsáveis não apenas pelo transporte, mas também pela empregabilidade de operários.
Contudo a direção da FEPASA, em 1972, anunciou a redução para 29.386 empregados, ou seja, 7279 operários foram demitidos.[24] *
A Administração achava necessária a redução do número de operários, devido a problematização ocorrida nas receitas, tanto da Mogiana como da Paulista nos anos antecedentes da unificação.

Dados da situação financeira dos trechos ferroviários da antiga companhia Mogiana de Estradas de ferro e da Companhia Paulista.

Tabela 2 - Companhia Mogiana de Estradas de Ferro: Situação Financeira.

Ano Cr$
Receita Cr$
Despesa Cr$
Déficit Cr$
1968
20.156.339,21
42.693.584,55
23.971.824,34
1969
23.892.670,27
50.762.198,67
28.545.443,70
1970
30.419.854,84
60.636.195,10
32.202.065,89


Tabela 3 Companhia Paulista: Situação Financeira.
Ano Cr$
Receita Cr$
Despesa Cr$
Déficit Cr$
1965
23.371.535,28
49.572.514,85
26.200.979,52
1966
29.159.768,40
69.660.091,54
40.500.323,14
1967
35.721.567,88
90.788.351,79
55.066.783,91
1968
45.793.291,07
120.580.776,47
74.787.485,40
1969
53.868.134,72
136.503.615,41
82.635.480,69
1970
79.350.608,56
144.920.873,37
65.570.254,81

Fonte: Marco Henrique Zambello O Aviltamento do trabalho e o declínio do patrimônio ferroviário paulista IFCH/UNICAMP.

Percebe-se a partir destas tabelas, que houve um crescimento no déficit das empresas ferroviárias ao longo dos anos, superior à receita mesmo que ela também evoluísse ano após ano. A reconfiguração da distribuição geográfica populacional de São Paulo, concentrada naquele momento na Capital de São Paulo, fez com que ocorressem mudanças no polo de atração das atividades econômicas do interior paulista (commodities, alimentos e matérias primas).
O mercado externo deixará de ser o único mercado atrativo do interior. Devido a estes fatores, estava clara a necessidade de uma mudança dos sistemas de administração dos transportes que já estavam em constante declínio. Infelizmente, essa alteração não se demonstrou tão efetiva como muitos esperavam.
O cenário econômico internacional daquele período fez com que o Estado tivesse que realizar mudanças na administração das ferrovias alterando então a rotina dos trabalhadores, que era fortemente marcada por uma rígida disciplina e controle dos horários dos funcionários.
Grande parte destas mudanças da administração ferroviária ocorreu pela necessidade de contenção de cortes nas despesas das ferrovias na tentativa de evitar futuros déficits das contas nacionais no final da década de 70.
A crise do petróleo da década de 1970 comprovou a existência da fragilidade econômica existente ainda no Brasil, mesmo com o início da industrialização e fortalecimento do capitalismo no país. A partir da crise do petróleo, houve o surgimento de sucessivas problemáticas as quais foram sofridas pelo Brasil, necessitando, a partir de então, mudanças administrativas e alteração nas prioridades de investimento que acarretaram diversos problemas. A FEPASA se tornou uma empresa incapacitada de sustentar suas ferrovias existentes e de realizar a criação de novos empreendimentos. Neste trabalho irei focar apenas na relação da crise com as ferrovias de São Paulo
Para entender os motivos que levaram o Estado a tomar essas práticas de contenção dos gastos é necessário analisar a situação da economia tanto nacional, como internacional do final da década de 70 ocasionada pelo choque do petróleo e a crise financeira.


3.1. Choque do Petróleo e Crise Financeira
Com a globalização, aumento da interdependência de fontes de matéria primas e fontes de energia (como o petróleo), os investimentos tanto de empresas como do Estado tornaram-se subordinados a diversos fatores decorrentes de decisões políticas dos demais países como ficou comprovado com os choques do petróleo em 1973. Esta crise levou o Estado brasileiro a abdicar novos investimentos em vários projetos de infraestrutura e tomar medidas econômicas redutoras dos gastos do Estado na metade da década de 70. Estas decisões, no entanto, não estiveram atreladas apenas aos fatores e decisões internas.
Nos dias 16 e 17 de outubro de 1973, os ministros dos países membros da Organização dos Países Árabes exportadores de petróleo (OPAEP) decidiram aumentar, unilateralmente, em 70% o preço de referência do petróleo, primeira etapa de uma escalada que, em dois anos, quadruplicaria o preço do produto e, por outro lado, reduziria a produção de petróleo em 5% a cada mês.[25]
            Os países, tanto desenvolvidos industrializados, como subdesenvolvidos que estavam em processo de maturação de sua industrialização, com o aumento nos custos do petróleo, sofreram diversas distorções e efeitos negativos.
            Mesmo o Japão, Estados Unidos e Europa que estavam em processo de reconstrução e desenvolvimento em estágio mais avançado que o Brasil, pós-segunda guerra mundial sofreram tremendas recessões, de forma mais limitada.
            Segundo Daniel Yergin, o aumento do petróleo em 1973 e 1975 causado pela criação do imposto da OPEP, fez com que os países desenvolvidos sofressem uma tremenda recessão sendo forçados a alterarem o planejamento de seus gastos pelos seus poderes aquisitivos e produtivos terem sido fortemente abalados. 
Os países em desenvolvimento foram os que mais sofreram com o aumento dos preços do petróleo. Tanto pelos países terem uma interdependência de mercado, como também por estes serem dependentes dos investimentos de empresas externas as quais haviam sido fortemente afetadas pela crise.
O choque do petróleo trouxe choques inflacionários e recessivos, aumento nos preços dos produtos finais e intermediários e problemas na balança de pagamentos. Estes fatores dificultavam a possibilidade de crescimento econômico, produtivo e mudanças positivas para os países subdesenvolvidos.
Alguns países foram afetados de forma tão grave que sua pobreza cresceu de forma avassaladora e por esse motivo foi criado o termo quarto mundo.[26]
            O Brasil, neste período, produzia apenas um terço do petróleo que consumia, por isso este episódio fez com que tivessem de ser refeitos projetos para a tração dos trens com maior atenção. Lançando-se em 1975 o Plano de Eletrificação das ferrovias.
            Este plano tinha como um de seus principais objetivos realizar uma potencialização dos trajetos ferroviários já existentes de Mayrink Santos, a Mayrink Itaci Campinas Uberaba.[27]
            Além das novas ferrovias eletrificadas, este projeto tinha como objetivo potencializar a capacidade por meio de substituição de parte das ferrovias que já eram eletrificadas de corrente contínua em 3 kV por novas correntes alternadas de 25 kV.[28]
            O Plano de Eletrificação das Ferrovias também tinha como objetivo a utilização de 70 novas e modernas locomotivas elétricas até o ano de 1983, no entanto apesar de seus grandiosos objetivos, este projeto não foi implementado de forma integral como planejado.
            A Eletrificação da FEPASA, por mais que possuísse metas positivas acabou sendo utilizada de forma precária até o final do ano de 1988 sob a administração Estatal. A unificação e privatização das estradas de ferro paulistas, a partir das reconfigurações trabalhistas e administrativas realizadas em 1990 levou a decadência das ferrovias.
            Esta decadência não ocorreu pelo simples aumento da concorrência rodoviária. Antigamente, as ferrovias representavam um sinal de progresso e desenvolvimento, mas, a partir dos anos 80, passaram a representar um repleto sinal de abandono.
O Endividamento dos países Latino Americanos, na década de 80, foi imensamente agravado em decorrência da busca até então realizada por financiamentos externos para a realização de suas obras e políticas de desenvolvimento, mas que, infelizmente, devido a adoção de políticas de aumento da taxa de juros adotada pelo presidente Ronald Reagan dos Estados Unidos a fim de fortalecer o dólar, houve a partir de então a criação de uma barreira no processo de crescimento da América latina.
A adoção de políticas financeiras indicadas pelo FMI no final dos anos da década de 1970 e nos anos 1980 se mostraram de resultados medíocres e de desacordo com a ideia de desenvolvimento que os países Latino Americanos buscavam. Houve uma estagnação econômica, crise inflacionária, crises fiscais e sociais que prejudicaram fortemente o desenvolvimento do brasil e demais países Sul Americanos.
Em decorrência deste cenário ocorreu um processo de discussão sobre o qual seria a melhor política a ser adotada pelos países subdesenvolvidos chamado de Consenso de Washington.
O Consenso de Washington pode ser caracterizado como uma série de discussões realizadas na cidade de Washington nos EUA para tentar contribuir na resolução das dificuldades financeiras enfrentadas nos países Latino Americanos. (Revista de iniciação científica da FFC, v4, n3, 2004. Pág. 107).
No entanto, dentre as sugestões propostas estavam: ajuste fiscal, que seria obtido através de alterações no sistema de previdência social e reforma administrativa. Acreditava-se que para que fosse possível alcançar estas metas seria necessário a introdução de reformas estruturais que tivessem como meta a abertura da economia dos países. Para isso, no entanto seria necessário a redução da presença do Estado na economia, e que houvesse um vasto programa de privatização das empresas Estatais, incluindo as companhias férreas como a FEPASA, uma teoria que se mostrou insustentável devido aos desastres ocasionados pela sua prática.
            Ao se pensar na privatização das Ferrovias, não foi analisada a questão de que os empresários responsáveis pela empresa não estavam dispostos a incrementar a infra-estrutura deste setor sem o apoio estatal.[29] As políticas propostas durante o consenso de Washington foram iniciadas no Governo Collor de Mello e prosseguiram até o final do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Nesse governo, acreditava-se que era necessário seguir as reformas políticas propostas por Washington, para que o brasil ganhasse maior credibilidade internacional e houvesse o retorno de investimentos privados para o Brasil e o país desta forma iniciasse um novo processo de desenvolvimento. Dentro das políticas propostas pelo concelho de Washington estava a questão da privatização.
            Nos anos 90, a Fepasa constituiu-se como uma empresa abandonada pelo Estado, apesar de seu possível papel estratégico. Nos anos antecedentes da privatização, as ferrovias de São Paulo já estavam em situação de quase completo abandono. A FEPASA foi alvo, durante o seu último período de administração, de políticas coerentes para que a companhia se adequasse às condições necessáriasda política de privatização.
            Essa privatização, ao ser adotada como estratégia econômica nacional, não acarretou nada com relação à geração de novos empregos ou aumento de investimentos produtivos, não gerando, portanto, novas forças produtivas e não colaborando com o desenvolvimento de São Paulo. A privatização da FEPASA acarretou uma sequência de demissões de forma maciça, o encerramento de inúmeras empresas prestadoras de serviços, o declínio no número de operários participantes dos movimentos sindicais, aumento dos serviços irregulares e aumento do número de trabalhadores irregulares com baixa remuneração. É notável que com a adoção de políticas Neoliberais e a privatização da FEPASA ocorreram todos os problemas possíveis no Brasil.
            O governo, a partir de 1930, criou uma infraestrutura no país, e na década de 1990, passou a ser tratada como um simples objeto que assim como um trenzinho de uma criança foi despejado de uma empresa para o Estado que teve de organizar a bagunça, assim como ocorreu, em 1971, quando as ferrovias de São Paulo passaram da administração privada para a Estatal. A privatização das ferrovias não conseguiu solucionar os problemas existentes, apenas aumentou-os, criando uma estrutura econômica que não tem como um de seus objetivos atender às necessidades do povo.

Capítulo 4 - Conclusão:
É notável que a região Sudeste, ao longo da história de suas ferrovias, apresentou diferentes momentos, tanto de sucesso e grande expansão, como de estagnação em sua ampliação e, posteriormente, a partir de meados da década de 1970 um triste declínio.
             A participação dos trilhos na história do crescimento econômico e produtivo das cidades do Estado de São Paulo e sul de Minas Gerias foram importantíssimas. Sem eles, estes Estados não teriam tido o mesmo crescimento econômico que apresentaram tanto no período de sucesso da economia cafeeira como no início do processo de industrialização de São Paulo.
            No início, as ferrovias colaboraram fortemente para que a região Sudeste tornasse a sua produção mais competitiva com o mercado externo e ocorresse um processo de concentração de capital no país. Este processo, no entanto, esteve atrelado com o sucesso da economia cafeeira. Justamente por causa de seu sucesso, foi possível que, no Interior do Estado de São Paulo, fosse criado um excedente de capital que possibilitou o surgimento de novos bancos que colaboraram no financiamento e crescimento dos trilhos.
            Infelizmente, devido a fatores externos e internos como a crise do petróleo, o fim dos financiamentos estrangeiros e a má administração Estatal a qual a partir de meados dos anos 1980 mostrou-se favorável à nova ideologia neoliberal impregnada na política nacional, as ferrovias entraram em declínio.
            As ferrovias foram entregues à iniciativa privada com uma esperança ilusória de que as companhias privadas seriam capazes de realizar uma boa administração que possibilitasse o retorno da atividade dos trilhos de acordo com as novas necessidades da economia de São Paulo. No entanto estas ao invés de realizarem uma revitalização dos vagões e dos trilhos, sucatearam o que um dia havia sido importantíssimo para São Paulo.
            Devido aos diferentes sistemas de administração que as ferrovias de São Paulo experimentaram acredito que o Brasil pode aproveitar como lição para definir as suas futuras políticas de desenvolvimento de infraestruturas.
            Inicialmente, apesar de ter grande sucesso, as Companhias ferroviárias de São Paulo não conseguiam controlar mais os seus gastos por causa da queda dos preços dos produtos agrícolas que transportava, principalmente o café. A solução encontrada para esse problema foi a Estatização das diferentes companhias e a formação da FEPASA. Contudo o Estado tinha diferentes projetos de transporte os quais foram incentivados no período de Getúlio Vargas e da ditadura militar, o transporte rodoviário e não mais o coletivo ferroviário. No entanto a privatização das ferrovias levou ao sucateamento de vários vagões e o completo abandono das antigas estações e trilhos.
            Estes sistemas de administração não se mostraram no Brasil capazes de manter os trilhos em funcionamento de acordo com as necessidades do país que ao longo dos anos, foram modificadas devido às transformações na economia e na sociedade Brasileira.
            Acreditamos que o Estado deva de participar na administração ferroviária junto com a iniciativa privada, com novos projetos de investimentos ferroviários podendo ser realizados pelo governo e melhorando a infraestrutura de transporte da região Sudeste e do restante do Brasil fortalecendo tanto o comércio nacional como a exportação de mercadorias.
             


BIBLIOGRAFIA:
ABPF Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. Estação Anhumas/ Campinas/SP
BERSTEIN, SERGE. MILZA - História do século XX De 1973 aos dias atuais. ed. Pierre IBEP.vol.3. 2007
BIONDI, ALOYSIO. O Brasil Privatizado II: O assalto das privatizações continua.
CANO. WILSON. Desequilíbrios Regionais e Concentração industrial no Brasil. Editora Instituto UNICAMP. 1998
CANO. WILSON. Raízes da Concentração industrial em São Paulo. 2ª ed. Editora TAO. 1981
EIA RIMA Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental.

FERABOLLI. S. Relações Internacionais do Mundo Árabe. 1.ed. Curitiba: Juruá. 2009.
KLEIN. H. S. Oferta de Muares no Brasil: O mercado de Sorocaba, 1825 1840. FEA/USP. 1989
MATOS, N. O. - Café e Ferrovias: a revolução de São Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira. ed. São Paulo: Alfa Omega. 1974 2. Edição.
SILVA, SÉRGIO. Expansão Cafeeira e Origens da Indústria no Brasil. ed. Alfa-Omega. 1986
SILVA. MARCEL. P De Gado a Café: As ferrovias no sul de Minas Gerais 1874 1910. USP faculdade de filosofia, letras e ciências humanas. 2012
SANTOS. SÍLVIO. Transporte Ferroviário História e Técnicas. ed. Cencage Leraning.
YERGIN. D. - O Petróleo. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010. - Revista de iniciação científica da FFC, v4, n3, 2004.
ZAMBELLO. M. H. O Aviltamento do trabalho e o declínio do patrimônio ferroviário paulista Marco Henrique Zambello IFCH/UNICAMP. 2011
Revista de iniciação científica da Faculdade Federal do Ceará, v4, n3, 2004.
Revista Nossa Estrada, ANO 52 nos 501-502 Novembro/Dezembro de 1981.
http://www.abpfsp.com.br/ferrovias.htm
https://www.youtube.com/watch?v=yoFS7OnFqP8




[1] MATOS, N. O, 1974, p. 7.
[2] MATOS, N. O. 1974.
[3] SILVA, 1986, p. 56.
[4] SILVA, 1986, p. 50.
[5] EIA RIMA Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental.*
[7] EIA RIMA Estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental
[8] Museu ferroviário Estação Anhumas.
[9] HERBERT, 1880, p. 365.
[10]  ABPF Jornal ferroviário. Museu da estação Anhumas.
[11] http://www.abpfsp.com.br/ferrovias.html
[12] SANTOS, 2011, p. 28
[13] CANO, 1998, p. 172.
[14] CANO, 1998, p. 179.
[15] CANO, 1998, p. 250.
[16] CANO, 1985, p. 26.
[17] CANO, 1985, p. 27.
[18] CANO, 1985, p. 28.
[19] CANO, 1998, p. 51.
[20] CANO, 1998, p. 26.
[21] CANO, 1998, p. 4.
[22] Revista Nossa Estrada, ANO 52 nos 501-502 Novembro/Dezembro de 1981, pág.22
[23] Marco Henrique Zambello O Aviltamento do trabalho e o declínio do patrimônio ferroviário paulista IFCH/UNICAMP.
[24] Revista Nossa Estrada, ano 52- nos 501/502 Novembro/Dezembro de 1981 pág. 22
[25] BERZTEIN. MILZA. 2007. p. 114
[26] YERGIN, 2004, p. 720.
[27] SANTOS. S. p. 34.
[28] SANTOS. S. p. 36.
[29] Revista de iniciação científica da FFC, v4, n3, 2004.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capítulo 5 - Karl Marx - O Capital

Capítulo 4 - Karl Marx - O Capital

Graham T. Allison - Modelos Conceituais.