Dica para compreender O Capital.

No livro 1 O Capital publicado pela editora BOITEMPO em sua edição de outubro de 2013, na página 39, está publicado um capítulo de Advertência aos leitores para facilitar a compreensão da obra o qual foi escrito pelo escritor e filósofo Argeliano Louis Althusser.

No começo do texto o autor faz uma abordagem sobre o livro e suas implicações no mundo acadêmico e político. 

O Capital é a grande obra que Marx dedicou a maior parte de sua vida desde 1850. Este livro não é fácil e de rápido entendimento. Para sua compreensão é necessário um estudo dos termos apresentados no livro.

O Capital é uma obra de teoria cujo objeto de estudo são os mecanismos de produção capitalista. No entanto, este livro não pode ser considerado como um livro de história "concreta", ele é um livro de teoria que analisa o modo de produção capitalista. 

Sem paciência não se entende esta obra. Segundo Althusser, para se entender O Capital, ele recomenda começar da seção II do livro 1 (cap. 4) para depois ler o cap. 1 e demais capítulos da primeira seção.

Na primeira seção "Mercadorias e Dinheiro" (caps. 1, 2 e 3) estão as maiores dificuldades. 

A partir da seção II A transformação do dinheiro em capital (cap. 4), as coisas aparecem claras. O leitor penetra diretamente no coração do livro I ao começar a ler pela segunda seção.

A seção II trata da teoria do mais valor que aborda a questão da exploração de classe.

As seções III e IV tratam das duas formas fundamentais do mais valor de que a classe capitalista dispõe para levar ao máximo a exploração da classe operária: aquilo que Marx chama de mais valor absoluto (seção III) e mais valor relativo (seção IV).

O mais valor absoluto, trata a respeito da duração da jornada de trabalho. Marx explica que a classe capitalista faz pressão para aumentar a duração da jornada de trabalho e que o objetivo  da luta de classes entre capitalistas e operários, mais do que centenária é conseguir uma redução da jornada de trabalho lutando contra esse aumento. As jornadas de trabalho  já foram de 16, 12, 10, 8 horas até chegar as 40 horas semanais.

O mais valor relativo (seção IV) é sem dúvida a forma número 1 da exploração contemporânea é uma forma muito mais sútil, porque é menos perceptível do que a extensão da duração do trabalho.

O mais valor relativo diz respeito à intensificação da mecanização da produção (industrial e agrícola) e portanto, ao crescimento da produtividade que daí resulta.

A automação é a sua tendencia atual. Produzir o máximo de mercadorias pelo preço mais baixo, para extrair daí o máximo de lucro. Um dos objetos de busca do capitalismo é a exploração crescente da força de trabalho. Hoje as máquinas permitem cada vez mais que se produza uma quantidade de produtos cada vez maior  em menor tempo, um manifesto do desenvolvimentismo do conhecimento e da produtividade. Isso por um lado pode ser bom, mas de outro tem efeitos precisos no agravamento da exploração da força de trabalho: aceleração no ritmo de trabalho,  execução contínua de movimento de forma repetitiva, supressão de empregos e postos de trabalho, não apenas para os proprietários, mas também para os trabalhadores salariados e assalariados não proletários, inclusive técnicos, até mesmo de alto escalão.

Na seção IV (caps. 10, 11, 12 e 13) Marx desmonta os mecanismos de exploração pelo desenvolvimento da produtividade em suas formas concretas. O desenvolvimento da produtividade nunca pode beneficiar espontaneamente a classe operária, mas ao contrário, é feito para aumentar a sua exploração. Para fazer uso fruto das novas tecnologias, a classe operária precisa derrubar o capitalismo e alterar o modo como a riqueza é produzida pelas máquinas e distribuída.

De acordo com Marx, isso só vai ocorrer por meio de uma revolução comunista. (só pra deixar claro não sou Comunista, ok?)

A seção V (caps. 14 e 15) trata da questão da produção do mais valor absoluto e relativo.

A seção VI trata sobre o salário, nesta seção, Marx examina a mistificação burguesa que declara que o "trabalho" do operário é pago de acordo com seu valor.